domingo, 31 de maio de 2009


Bom, acho que estou mesmo pegando gosto por teatro.
Ontem pude prestigiar a peça Cachorro Morto aqui na minha querida Bragançaaaaa!!!! A cidade estava com projeto de maio cultural, por isso trouxe para a peça em um novo centro cultural daqui em duas únicas apresentações. Por contar com uma prima de uma prima minha que é da cidade, acredito que tenha facilitado um pouco. É um grande avanço para a cidade poder prestigiar uma peça tão boa quanto essa e ainda com entrada franca. Mas a peça também infelizmente encerrou sua temporada em cartaz em São Paulo, no Teatro Imprensa; e contou com três estrelas no conceito da Veja(apesar de eu acreditar que merece pelo menos quatro).
O roteiro foi inspirado em três livros: o inglês e premiado The Curious Incident of the Dog in the Night-time,de Mark Haddon; A Música dos Números Primos, de Marcus du Sautoy; e Nascido num Dia Azul, do autorDaniel Tammet. A peça une teatro e animação digital para contar a história de um rapaz que, ao fazer perguntas às variadas formas de ciência, acaba encontrando uma maneira nova e toda especial de olhar o mundo, levando o espectador a rever seus conceitos e se abrir para o diferente.
E para retratar o mundo dos autistas os atores vivem: Bruno, que sabe de cor todos os países do mundo e suas capitais e também os números primos de quatro algarismos. Luciana que gosta do estado de Massachussets, mas não entende nada de relações humanas. Thiago e Maria Amélia adoram relógios, cálculos e verdades absolutas. E Aline, que odeia amarelo e não suporta ser tocada.
Um dia eles encontram o cachorro da vizinha morto no jardim, e com isso resolvem montar uma "peça de mistério e assassinato", para tentar descobrir quem matou Wellengton. E no decorrer da investigação surge outro mistério que no final resolvem os dois problemas.
Com espetaculares atuações que gera uma surpreendente conexão entre os atores, nós (platéia) não conseguimos desgrudar os olhos e atenção um minuto sequer durante a peça. Somos sugados de uma tal forma que mesmo sendo um pouco complexa, conseguimos entrar na mente do personagem e sentir como se estivessemos passando por aquela situação de perturbação.
A peça não conta conta com muitos recursos cenográficos, somente um painel feito com post-it que acaba sendo indispensável para um certo momento da peça.
Os atores para interpretarem os papeis fizeram laboratório no AMA (Associação de Amigos do Autista) e buscou observar e dialogar com as pessoas atendidas no local.
Cachorro Morto tem texto e direção de Leonardo Moreira e conta com os atores Aline Filócomoumadas criadoras do Prêt-à-Porter 8 (prima da minha prima), de Antunes Filho –, Luciana Paez, Bruno Freire, Thiago Amaral e Maria Amelia Farah.

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